Estado alerta para possibilidade de epidemia de dengue do tipo 4
A Bahia está em alerta para o risco de epidemia de dengue após a confirmação da entrada do sorotipo 4 no estado, de acordo com o chefe de gabinete da Secretaria da Saúde da Bahia, Washington Couto. “Mesmo com a redução de 17% do número de casos em 2011 (foram registrados 9.584 ocorrências da doença este ano na Bahia), o alerta é fundamental porque o tipo 4 da dengue pode se transformar em uma epidemia. Isso porque toda a população está vulnerável”, afirmou Washington Couto em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira, 22,.
O primeiro caso da doença foi confirmado no dia 15 de março em um homem de 30 anos, morador do bairro de Tancredo Neves. O segundo, no dia 17 do mesmo mês, em outro homem, de 27 anos, morador do Acupe de Brotas, ambos em Salvador.
Os dois rapazes acometidos pela doença começaram a ter os primeiros sintomas antes do Carnaval, mas não chegaram a viajar no período, o que dificulta a identificação de como tiveram contato com a doença. Até então, nenhum caso desse tipo de dengue havia sido registrado na Bahia. No Brasil, outros casos haviam sido isolados nos estados de Roraima, Piauí e Amazonas. Também houve registros na Venezuela.
Segundo a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, Alcina Andrade, os casos confirmados de dengue do tipo 4 apresentaram a forma amena da doença, o que não descarta a possibilidade de epidemia. “Até agora, nos casos isolados na Venezuela e nos outros estados brasileiros, percebeu-se que essa forma da doença é menos agressiva. Mas isso não quer dizer que não possa ter epidemia, porque todos estão vulneráveis a ter esse sorotipo. Se alguém que já teve os tipos 1, 2 e 3 de dengue contrair novamente a doença, aumenta a chance de ter a forma grave. Por isso, é preciso ficar atento para não haver óbito, o que também não significa que os que foram contaminados irão morrer”, explicou.
Na coletiva, o secretário municipal de Saúde, Gilberto José, informou que 80% das residências de Salvador já foram visitadas pelos agentes de vigilância epidemiológica. Ele chamou a atenção para a necessidade do trabalho conjunto com a população. “Em abril, vai ser realizado um grande mutirão de combate à dengue para tentar amenizar a situação na capital. Sem a participação da população, será difícil amenizar o alcance da doença”, explicou.
De acordo com informações da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), desde julho de 2010, quando foi identificado o primeiro caso de dengue do tipo 4 em Roraima, o governo do Estado iniciou o monitoramento. No entanto, o controle da entrada é complicado, já que não há barreiras que impeçam a circulação do vírus.
Os bairros com maior índice da doença em Salvador são Liberdade, Cabula e Subúrbio. Os especialistas chamam a atenção para os principais sintomas da doença – febre, mal-estar, dor abdominal intensa, vômito e tontura – e pedem que a população procure um médico caso apresente os sintomas.
Até a 10ª semana epidemiológica de 2011, que se encerrou no dia 12 de março, foram computadas 535 suspeitas de dengue em Salvador, com 85 casos confirmados, sendo um deles de dengue hemorrágica, quatro com complicações e nenhum óbito, o que representa redução de 54% em relação ao mesmo período de 2010.
