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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ordem para ataques sai de presídios, dizem autoridades de Santa Catarina

Escrito por: Pedro Souza

Comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina e delegado-geral da Polícia Civil do estado falam de investigações sobre onda de ataques (Foto: Luísa Konescki/G1 SC)

Órgãos de segurança de Santa Catarina dizem que os ataques a ônibus e forças da segurança que ocorrem desde segunda-feira (12) estão relacionados aos presídios do estado. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro, a principal linha de investigação aponta que há um grupo de presidiários que mantém contato com o exterior e coordena os ataques. “Mas não podemos detalhar para não atrapalhar as investigações”, explicou o delegado.

Desde o começo da semana, 25 ataques foram registrados e 23 pessoas foram detidas no estado. De acordo com a Polícia Militar, 39 suspeitos de envolvimento foram identificados.

Uma das linhas de investigação das autoridades trabalha com a hipótese de que as ações criminosas tenham tido início após denúncias de maus-tratos aos detentos. “Os atentados são uma reação dos criminosos não apenas por causa deste fator. Trata-se de um conjunto de circunstâncias, que inclui uma maior rigidez na segurança”, completou Pinheiro. Na terça-feira, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) determinou uma vistoria no presídio de São Pedro de Alcântara, depois de denúncias de presos.

Segundo o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, todo o sistema prisional está aberto para ser fiscalizado. “Existem denúncias e o Deap não vai acobertar. Tanto que é alvo de força-tarefa. Mas o que vi até agora foi ação legítima do estado”, disse. O diretor também não descarta que os ataques em Santa Catarina podem ser coordenados por presos: “É um suspeita recorrente que atentados como os registrados partam de dentro dos presídios. Mas é necessário que a investigação aponte”.

O comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Nazareno Marcineiro, confirma a hipótese. “Numa análise rápida dos episódios, é perceptível que os presídios têm alguma relação com os ataques. A Polícia Civil ainda vai apurar as causas. A PM está voltada em atuar contra os criminosos”, contou. Para Marcineiro, ainda não é possível afirmar que as ações partiram de um determinado grupo criminoso.G1
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