Professora há quanto tempo você leciona e como surgiu essa paixão?
-Leciono há onze anos. Sempre gostei de estudar, sempre
considerei o conhecimento fantástico, quando fui trabalhar na escola pública,
numa creche municipal de Jacobina, comecei a observar e constatar na prática, a
mudança, a evolução que só o conhecimento é capaz de proporcionar ao ser
humano, acompanhava o desenvolvimento dos pequenos, aplicava diagnósticos e
ficava maravilhada com a evolução deles, depois dessa experiência nunca mais me separei do conhecimento, adoro ser mediadora entre o ser humano e o
conhecimento.
Comente sobre a sua melhor experiência e a pior, como educadora em
sua carreira?
-A pior, foi quando trabalhei numa escola particular de
Jacobina, era inexperiente, fui explorada por seis longos meses. Creio que em
todas as escolas que trabalhei, em todas as turmas que ministrei aulas, aprendi
um pouco, e com certeza, melhorei minha prática, mas não tenho dúvida, que trabalhar
como coordenadora foi a melhor experiência que já tive, amadureci muito, senti
as dificuldades que é gerenciar a educação, e senti o despertar de uma nova
habilidade que nem eu mesma sabia ter, que é liderança, graças a Deus consegui
liderar e vencer com meus colegas, funcionários e alunos, os obstáculos que
surgiam.
É mais fácil trabalhar com crianças, com adolescentes ou com
adultos? Explique:
-Eu creio quando se ama o que se faz, as dificuldades
viram desafios, comecei com crianças, já trabalhei com senhoras, e hoje trabalho com
adolescentes e adultos, todos os segmentos tem suas características próprias, gosto
de ler sobre o ser humano, gosto de estudar psicologia, leio livros de
autoajuda, tudo para entender os meus alunos, estabelecer uma relação de
respeito, confiança e amizade.
-O
atual momento da educação de Ourolândia é preocupante. Vejo a pequena estrutura
que existia, sendo desmontada, todos os ‘erros’ da gestão anterior eram motivos
de denuncia, toda a região ficava sabendo, pois sempre era veiculado em rádio
local. A gestão mudou, as pessoas que criticavam, deixaram a oposição e passaram
a ocupar cargos mais importantes do município e o que aconteceu? Os‘erros’ não
apenas ainda existem, mas alguns se agravaram, como por exemplo, o número
excessivo de contratos, a contratação de leigos para atuarem no magistério, a
indicação de pessoas que não entendem nada de educação para cargos de gestores
de escolas, são muitas decepções, creio que só o aspecto político é avaliado, assim
fica difícil pensar em qualidade, não é mesmo?
Qualquer
militante da educação sabe que na nossa área, as dificuldades são mais fáceis
de solucionar quando temos pessoas da carreira, não cabe mais escolher,
selecionar pessoas sem observar se ela é ou não capacitada para tal, a primeira
atitude a ser tomada para melhorar a educação que é oferecida em nossa cidade,
é contratar pessoas qualificadas para trabalhar na educação, que estudaram para
atuar na educação, não suporto mais ver a educação tratada como cabide de
empregos.
Avalie a educação jacobinense.
-A educação pública jacobinense, assim como a educação
pública de nosso país, já foi bem melhor, eu mesma sou fruto de uma época de
ouro que ela viveu, na minha opinião,o que todo sistema educacional precisa é
de uma reformulação, como já mencionei, basta cumprir a legislação.
Aponte sua opinião sobre a atual queda de braço entre a classe dos
professores Estaduais e o Governador Jaques Wagner? E qual sua perspectiva
sobre o desfecho desse drama?
-O governador tem demonstrado imensa frieza na condução
das negociações, como se os serviços prestados pelos colegas não fosse
importante para sociedade, está sendo extremamente autoritário cortando os
salários, prometendo retaliações, perseguindo a categoria, desrespeitando um
direito assegurado pela nossa Constituição, assim como meus colegas, tenho
total repudio por essa atitude, pois sei o grande prejuízo que os alunos terão
em sua formação acadêmica. Eu espero que o desfecho seja favorável a categoria,
que está pedindo que um direito previsto em lei seja cumprido.
O CN NOTÍCIA AGRADEÇE PELA
ENTREVISTA, MUITO OBRIGADO PROFESSORA ALEXSANDRA!
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